Na construção civil, entende-se como acabamento a fase final de obra. Consiste na colocação de esquadrias (portas e janelas), forro, revestimento de piso e parede (cerâmica, porcelanato, pintura). Nessa etapa a obra começa a ganhar uma carinha mais afável e atrativa, a ansiedade aumenta porque sabemos que tá pertinho…
As escolhas de cada material influenciam diretamente na relação homem-ambiente, afinal nos relacionamos com o espaço através dos nossos cinco sentidos (tato, audição, paladar, visão e olfato), estes são a porta de entrada sobre as percepções daquilo que nos rodeia, percepções que ditam se nossas experiências são boas ou ruins ao longo na nossa vida. Por exemplo: a sensação de pisar em um piso como o porcelanato é diferente de pisar em um piso laminado e dependendo de onde você mora essa sensação pode ser boa ou ruim.
Essa área de estudo surgiu no final da segunda guerra mundial, entre os anos 50, começo dos anos 60, ao longo do processo de reconstrução das cidades europeias. Foram necessários grandes programas habitacionais e de infraestrutura urbana que reuniram equipes multiprofissionais para criar projetos que considerassem as necessidades psicológicas e comportamentais dos futuros moradores, como afirmam CANTER & CRAIK (1981). Como nessa época a população estava extremamente fragilizada pela guerra, foi necessário verificar como os efeitos dos aspectos físicos do ambiente, tais como, a iluminação, conforto térmico e as funções das janelas, iriam afetar no comportamento humano.
Esses estudos foram o pontapé para um novo horizonte, no qual foi compreendida a importância dos layouts dos ambientes, da iluminação natural, e tantos outros aspectos, como a superfície dos materiais e suas cores. Nos materiais, as superfícies metálicas são frígidas e tendem a repelir, já a madeira é um material quente e transmite aquele afago. Na psicologia das cores, as cores vivas têm tendência de deixar as pessoas mais ativas, e as cores clarinhas ou pastéis transmitem calmaria. Dessa forma, o modo que percebemos cada material seja através do tato, olfato, e/ou visão, interferem no nosso bom humor e bem-estar. Você já tinha percebido isso?
Quando um arquiteto está desenvolvendo um projeto de grande escala, para um grupo de pessoas, a tendência é não utilizar extremismos e partir para cores e materiais que atrelem a durabilidade ao gosto da maioria. Conseguimos verificar essas informações através de diversas ferramentas, como pesquisas com o público alvo, entrevistas e até oficinas colaborativas, como existe aqui na Mirantes o “Colabora”. Nos interiores dos ambientes é possível brincar mais e variar esses materiais, afinal cada pessoa se relaciona com o espaço de forma diferente, cada um é um mundo!
Lara é arquiteta da Mirantes, ama praia e animais e adora sair com os amigos.
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