Hoje após oito meses de pandemia não apenas no Brasil, mas no mundo como todo, enfrentamos alguns dilemas não apenas no quesito de saúde pública, mas como isso mudou nossos hábitos, naquilo que acreditamos e até mesmo nossa convivência familiar, porém a COVID-19 nos fez literalmente parar e perceber algo de novo que já estava ao nosso lado o tempo todo, nossa qualidade de vida.
Quando falamos de qualidade de vida, talvez nos lembremos da utilização do tempo de uma maneira extremamente produtiva, como escreveu Arnold Bennett, romancista britânico, em 1910 que não existe nada mais democrático em nossas vida como o tempo, ele é igual para todos e independe de classes sociais, religião ou orientação sexual. É justamente dentro desse contexto de tempo, em uma época que estamos acostumados ou customizados ao “ifood” que descobrimos que à qualidade de vida é um anseio universal.
A harmonia familiar talvez possa significar para você uma das características no quesito qualidade de vida, sem dúvidas viver em paz, em um lar fraterno e amigável é fantástico, o café sempre quente e os livros organizados. Mas a COVID-19 chegou possivelmente quando os livros estavam com poeira, o café já estava frio em sua xícara e aqueles detalhes da convivência familiar se tornaram mais acentuados. Talvez esse processo de ruptura de uma vida agitada para um vida em que as horas demoraram passar, levou a perceber a distância dos laços fraternos dentro do lar, não existe pílula mágica para isso, existe um processo de autoconhecimento, flexibilização em relação ao outro e descobrir, que é sempre possível fazer um café novo e (re)organizar os livros.
É justamente no seio da família que esse processo ocorre, conversar com o filho sobre coisas talvez nunca ditas, assistir aquele desenho e cantar no chuveiro, parece que quando tentamos isso, descobrirmos uma outra pessoa adormecida no meio do trânsito de nossas vidas. Isso é incrível - apesar da situação lá fora - você se torna mais solidário com você mesmo, uma boa conversa poderá ajudar não apenas à si mesmo, como seus filhos, companheiro(a) e seus amigos.
Nos acostumamos com uma vida de extrema rapidez, rotina parece está ligado à estagnação, nada mais longe da verdade, à rotina é sempre importante, isso te fará perceber algumas realidades que talvez estivessem sendo deixado de lado, exemplo maior da necessidade da rotina em relação ao cuidado físico.
É justamente dentro desse contexto de diversas mudanças que o espaço físico se torna importante, o termo “lar” ao longo da história humana sempre adquiriu novos conceitos, o mais latente dentro desse conceito sem dúvidas é a “segurança” não o termo que compreendemos hoje em sua totalidade, mais algo voltado ao desejo de retornar para casa e saber que tudo está bem. O lar no mundo moderno possui esse caráter de tranquilidade, tranquilidade atrelada à qualidade de vida, um bom local para praticar exercícios físicos - lembram do fator rotina ? pois é - se sentir livre parece que para nós do mundo contemporâneo é está em contato com a natureza, harmonia com a vida, o verde, o green, zielony, zöld, glas nada mais que verde em outras línguas.
Harmonia, parece à palavra chave para nosso mundo atual, amigos jogando conversa fora, nossos filhos brincando, caminhando com cantar dos passáros e caso isso seja apenas uma parte daquilo que procuramos, deitar em nossa cama e dormir em paz, pois amanhã será um novo dia.. um dia que chamamos de vida.
Arthur é um dos consultores Mirantes, também é um pai amoroso e professor de história.
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